segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Por uma cidadania transparente

Aline Nogueira

Recebemos na disciplina de Cobertura da Agenda Social o economista Alberto Teixeira, militante do movimento pela transparência e um dos diretores da Escola de Formação de Governantes.
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A EFG do Ceará é a terceira deste gênero no Brasil (a de São Paulo e a de Santa Catarina vieram antes) e seus cursos têm como objetivo ajudar a formar governantes com maior capacidade técnica, maior preocupação ética e visão global. Parlamentares, prefeitos, lideranças de bairros, professores, jornalistas, sindicalistas, militantes, secretários de governo: nesse grupo heterogêneo se concretiza a proposta de coletivizar o saber e a reflexão sobre o exercício do poder público.
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Para Alberto, ainda temos uma postura individualista, limitada. A gestão pública deve levar em conta a interação entre aspectos que, via de regra, aparecem apartados: saúde de um lado, educação de outro, segurança logo mais ali, economia aqui, cultura um pouco mais acolá... Tudo isso perpassa o cotidiano, a sociedade e é o bem estar desta sociedade que deveria, em tese, orientar cada decisão.
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Prova de que isso ainda não acontece é a ausência de análise dos resultados de ações governamentais. Pouco, ou nada, se avalia para determinar a continuidade ou interrupção de uma política pública. Simplesmente se interrompe, porque o novo governo tem seus próprios projetos e deve deixar a sua marca com criações próprias. E aí vai pelo ralo uma boa soma de recursos investidos.
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Entretanto, não é só do poder público a atribuição de agir de forma ética e comprometida com a coletividade. Essa deve ser a mola mestra da conduta de cada cidadão. Buscar informações de como os recursos estão sendo aplicados na cidade, exigir o cumprimento de leis que acabam virando letra morta, organizar-se para fiscalizar a ação de órgãos governamentais e mesmo não governamentais devem ser atitudes constantes. Exercer a cidadania não é só eleger uma pessoa, é cobrar de todos a construção do bem estar coletivo. E para isso não é necessário estar em uma ONG ou movimento social. É uma questão de consciência.
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