sábado, 29 de novembro de 2008

Oba!!! A OPA.


O último tema a ser abordado pela Cobertura da Agenda Social foi Propaganda Alternativa trazida a nós pelos colegas Danielle, Diego, Giórgia e Hercília. Nossos colegas realizaram uma OPA (oficina de publicidade alternativa), qualquer aluno da publicidade dos semestres finais conhece a OPA que faz parte da disciplina de Comunicação Comparada da Profa. Dra. Márcia Vidal.
A diferença é que a OPA iria ser feita para um grupo de acadêmicos da comunicação, para futuros jornalistas e publicitários.
Nada mais correto do que abordar a diferença entre os termos Publicidade e Propaganda, acabamos percebendo que nós mesmos que estudamos os processos de comunicação não sabemos definir com clareza a diferença entre as duas.
Como explicado pelos oficineiros os termos Publicidade e Propaganda acabaram tornando-se praticamente sinônimos até mesmo dentro do âmbito acadêmico, não havendo um conceito uno para os termos.
O excitante das Ciências Humanas é cada um poder ter uma visão diferente da mesma coisa, isso nota-se por exemplo na leitura crítica das peças publicitárias que nos foram apresentadas, o que é ofensivo a um pode não o ser para outro e por aí se vai.
Houve ainda a comparação entre os papéis do jornalismo e da publicidade e seus campos de atuação.
Mas o mais importante de tudo é a discussão e reflexão a respeito do poder e do impactos das publicidades. Onde levantamos aqueles velhos questionamentos sobre a propaganda determinar ou influencias tendências.
A Publicidade não é formada por um time de vilões cuja única missão é fazer as pessoas consumirem freneticamente, pelo contrário, vimos exemplos de publicidades ética, sem máscaras e com cunho educativo e social.
A publicidade usa os meios para enviar uma mensagem ao receptor que a decodificará de acordo com sua vivência, práticas culturais e capacidade reflexiva.
Alexandrina Oliveira




A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) esteve presente nas discussões da Cobertura da Agenda Social, recebemos Maria Luiza Barbosa, vice-presidente da APAE, e Tetê Picanso, 2ª secretária da instituição, que nos falaram um pouco da sua luta e do funcionamento da APAE.


A APAE existe no Estado do Ceará há 36 anos e Maria Luiza trabalha na instituição há mais de 30 anos, nossa convidada ficou visivelmente emocionada ao nos relatar a história da associação. Maria Luiza não possui nenhum filho com deficiência intelectual, na verdade Maria Luiza teve seu primeiro contato com pessoas com deficiência quando foi designada pelo Estado para ministrar aulas no Instituto dos Cegos do Ceará, ao conhecer a proposta da APAE Maria adere ao movimento. Tetê também não tem nenhum filho ou parente com deficiência o que mostra que ainda existem pessoas capazes de se sensibilizar com a situação do outro e a ajudar sem requerer nada em troca. Pessoas com Maria Luiza e Tetê se doam de corpo e alma em nome da causa.


A APAE trabalha com pessoas com deficiência intelectual leve promovendo e articulando ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços e apoio às famílias, direcionadas a melhoria de qualidade de vida da pessoa com deficiência.


Atendendo pessoas de 0 a 50 anos oferecendo educação e cursos profissionalizantes proporcionando a inserção no mercado de trabalho dessas pessoas que muito podem oferecer.


Além do atendimento aos deficiente intelectuais há também um atendimento aos pais, um serviço de orientação para que em casa eles possam ajudar na complementação do tratamento de seus filhos ajudando-os a se desenvolverem.
A APAE Fortaleza possui aproxidamente 410 alunos e mais de 100 profissionais entre assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e professores sendo uma parte cedida pelo Estado ou Município, uma parcela de voluntários e outros contratados pela instituição e todos têm especialização na área pedagógica voltada para deficientes.
Nossas convidadas frisaram que hoje é cada vez maior o número de deficientes formados pela APAE que conseguem uma colocação no mercado de trabalho e o quanto isso é importante para a auto- estima deles, o quanto isso dá orgulho aos pais.
Como qualquer instituição filantrópica a APAE luta para se manter através de campanhas de doação, através de um serviço permanente de telemarketing, atualmente conta com 400 sócios-contribuintes fixos. O papel da mídia é muito importante por dar notoriedade aos serviços prestados na associação gerando assim mais divisas e interesse no voluntariado.
Por Alexandrina Oliveira

Cultura Livre - O Caso da Wikipédia

Recebemos Philipe Ribeiro e Uiraporã Maia para falar um pouco sobre Cultura Livre. Os dois defendem o acesso irrestrito ao conhecimento, através do movimento Cultura Livre. Eles citaram o movimento dos softwares livres impulsionado pelo uso de Linux e Mozilla Firefox e citaram o campo da cultura através do cartunista Carlos Latuff que disponibiliza sua arte na internet.

Fora as rádios,jornais e TVs comunitárias que longes da citada “mídia gorda” criam maneiras próprias e fazer a comunicação, a cultura livre vem saindo do âmbito dos movimentos sociais e ganhando cada vez mais espaço em todos os campos da nossa Sociedade.

Um dos exemplos citados pelos dois foi o caso da Wikipédia, que reproduz o maior princípio do movimento Cultura Livre que é o acesso irrestrito ao conhecimento além de trabalharem a chamada “inteligência colaborativa” e é totalmente sem fins lucrativos.





A wikipédia é gerida e operada pela Wikimédia Foundations,cujos objetivos são desenvolver e manter projetos de conteúdo livre em diversos idiomas, através de sistema colaborativo, tendo seus conteúdos disponibilizados ao público livre de encargos financeiros. e os custos financeiros para manter os projetos são cobertos através de doações. A Wikimédia Foundations desafia o modo convencional de lidar com propriedade intelectual, pois não há qualquer cobrança de direito autoral. Informação não tem dono, dizem os arautos dos novos tempos.



A Wikipédia é apenas um dos projetos de conteúdo livre operados pela Wikimédia, que ainda congrega os projetos:

  • Wikipédia (é uma enciclopédia multilíngüe online livre, colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente por várias pessoas comuns de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias.)
  • Wikcionário (dicionário livre e completo em todas as línguas),
  • Wikiquote (coletânea de citações de pessoas proeminentes, livros e provérbios),
  • Wikilivros (dedicado ao desenvolvimento livre e disseminação de livros e textos didáticos de conteúdo aberto) ,
  • Wikisource (reúne um conjunto de textos que possuam valor histórico-cultural e que sejam compatíveis com a licença GFDL),
  • Wikimedia Commons (com o objectivo de servir de repositório para imagens e outro tipo de multimídia livre)
  • Wikispecies (exclusivo para a catalogação de espécies de seres vivos)
  • Wikinews (é um projeto de notícias livre)
  • Wikiversidade (ambiente livre e aberto para educação universitária mediada pela web e estudos gerais em uma comunidade de pesquisa)
  • MediaWiki (software livre usado para gestão de todos os projetos da Wikimédia Foundation)

A wikipédia está entre os quinze websites mais visitados no mundo segundo o serviço Alexa.com , mostrando que a cultura livre uma realidade, que é um movimento organizado e que tem tudo para dar certo.

Lógicamente que tudo não é mil maravilhas por se tratar se um projeto colaborativo muitas informações pode não estarem presentes, alguns casos vamos ter que lidar com a guerra de edições e os vandalismos, pois a wikipédia ainda carece de operadores voluntários para monitorar os conteúdos.

Mas o considero apesar de tudo o projeto de cultura livre mais organizado e bem sucedido não só por ser uma wikipedista, mas também por ser uma comunicóloga que preza o acesso à informação.

Alexandrina Oliveira

Analfabetismo Político de nossos Governantes



O diretor executivo da Escola de Formação de Governantes, o Prof. Alberto Teixeira, em palestra a turma da disciplina de Cobertura da Agenda Social nos falou sobre Transparência política e sobre o projeto da Escola de Formação de governantes.

Conforme consta no Art.37 da Constituição Federal os princípios básicos da Administração Pública são: Legalidade (fazer somente o que está disposto em lei), Impessoalidade (consecução do bem de todos), Moralidade (há de conhecer, assim, as fronteiras do lícito e do ilícito, do justo e do injusto nos seus efeitos), Publicidade (a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos) e Eficiência (primazia da eficácia no alcance de resultados favoráveis à consecução dos fins).

Tendo conhecimento dos princípios básicos que deve seguir um administrador ou governante público ainda cobra-se transparência dos atos dos mesmos, sendo que isso está implícito nos deus deveres. Transparência de seus atos não é um favor é um dever que se tem com um povo. Lutar pela Transparência política nada mais é que pedir que a lei seja cumprida.

Como nos disse o Prof. Teixeira a geração que atualmente está no poder é analfabeta política, que assumiu o poder após muitos anos de ditadura e assumiu o poder sem muitos terem a noção do que seria democracia.

Teixeira afirma ainda que um dos maiores vilões no âmbito político é a confusão entre o público e o privado o que me remete imediatamente ao livro “A casa e a rua” de Roberto DaMatta, onde o autor aborda a influência do território entre a casa e a rua na formação democrática do brasileiro,sendo a casa e a rua esferas de ação social, e nos mostra como a sociedade brasileira os espaços não se delimitam e transformamos o público em extensões de nossa casa afim se servir nossos interesses.

Diante de tal quadro surge em 1994, a Escola de Formação de Governantes, na Universidade Estadual do Ceará, para formar nossos governantes e líderes comunitários dando-lhes uma visão sistêmica e estratégica, uma adequada capacitação técnica e uma sólida formação ética.

Uma escola que escolhe seus “alunos” não pelo currículo escolar, mas pela atividade social e política que exerce ou deseja exercer, onde se pode ver políticos, secretários do estado e municípios juntamente com líderes populares, aprendendo junto o que deveria ser nos ensinado desde cedo.
Alexandrina Oliveira

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Opa! Tem de haver comunicação!

Estava aqui lembrando de quando comecei a faculdade. O primeiro semestre era uma maravilha. A sala era divida entre alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda. Foi quando começamos a ter nosso primeiro contato com a comunicação, noções básicas das duas habilitações oferecidas na Universidade Federal do Ceará. No início veio a dúvida:

- Será que escolhi a habilitação (jornalismo) correta?

Era incrível como eu gostava da Publicidade tanto ou mais do que do Jornalismo.
Mas o tempo foi passando e meu contato com a Publicidade foi diminuindo. Só voltei a trabalhar diretamente com o assunto alguns semestres depois, em 2007, quando entrei na LIGA Experimental de Comunicação. Foi quando a paixão voltou. Na LIGA nosso trabalho era voltado para movimentos sociais, projetos da Universidade...


Tudo foi contribuindo para que seis meses depois eu escolhesse estudar um pouco mais da Cobertura da Agenda Social. Durante este semestre (2008.2) tivemos dez palestras, das quais uma, a última, foi inteiramente dedicada a uma Oficina de Publicidade Alternativa (Opa). Quem nos proporcionou esse intercâmbio de habilitações foram nossos colegas, também alunos da UFC e futuros publicitários, Danielle, Diego, Giórgia e Hercília. A Opa durou dois dias, tempo que não foi suficiente, mas fez com que discutíssemos conceitos e analisássemos algumas campanhas.


Na lista estavam peças da WWF, Greenpeace, entre outras ONG’s e empresas como Honda e Philips. Em todas elas, símbolos, frases, fotos tinham uma sintonia com o assunto abordado. É gente... É incrível como a publicidade pode ajudar no crescimento de uma instituição e na difusão de um conceito. Por isso a importância da Agenda Social utilizar a publicidade. Não precisa ser uma campanha megalomaníaca, com o melhor papel e divulgação em todos os outdoors da cidade, basta que a mensagem chegue ao público-alvo.


Para comunicar, serve um pedaço de cartolina, uma faixa, um cartaz, um spot na rádio, um e-mail, um gesto, uma intervenção no meio da rua, ou um blog como este, que fizemos na internet. O que não dá é para ficar parado esperando tudo acontecer, sem fazer nada para mudar, sem comunicar.

Por Pamela Lemos

Quanto vale uma notícia?


Por Lívia Nunes

Dentre as principais indagações que os estudantes de jornalismo fazem sobre o futuro profissional estão: Onde eu estarei empregado? e Qual tipo de jornalismo estarei praticando? Estas indagações, embora pareçam distantes, estão intrinsecamente associadas. A instituição e o tipo de mídia na qual o jornalista trabalha representa muito sobre o tipo jornalista que ele optou ser.

Se o jornalista escolhe fazer um jornalismo baseado em sensacionalismo, mentiras, calúnias e injúrias, ela está indo contra o código de ética do jornalismo, que de acordo com o Capitulo II, Art. 4°, informa: “O compromisso principal do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”. Entretanto, a fim de lucrar e ganhar da concorrência, alguns jornalistas nem sempre se pautam na ética para fazer um bom trabalho.

Um exemplo clássico é o sensacionalismo em torno de crimes que causam grande comoção. Aproveitando-se da curiosidade e da emoção geral, os jornalistas exploram até a exaustão o assunto, para logo após, ser trocado por outro que gere mais repercussão. Fazendo jus a esse exemplo, temos o caso da “Menina Isabella” – como assim a chamavam. Durante quase dois meses, só se ouviu, leu e viu sobre o crime do qual uma criança de cinco anos foi arremessada do sétimo andar.

No decorrer da investigação, a mídia, involuntária ou voluntariamente, sem tomar o devido cuidado com a apuração dos fatos, induziu as pessoas a acreditarem que inocentes eram culpados. E quando já não existia mais nada para ser noticiado, prenderam a atenção do público com a falsa idéia de que os assassinos seriam descobertos em breve. E agora, alguém sabe como estão os familiares de Isabella? Ou quando vai ser o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá?

E ai? Que tipo de jornalista você pretende ser???

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Livre? Por quê?

Todos sempre falam em liberdade com tanta propriedade. Confesso que desde pequenininha ouço esse palavrão e, acredito que, assim como os outros, também desejei sempre ter essa tal liberdade.

Mas, afinal, o quê é liberdade?

Fui atrás do "pai-dos-burros", nosso querido dicionário. E lá estava a tal palavra: “LIBERDADE, s.f. Condição de uma pessoa poder dispor de si; faculdade de fazer ou deixar de fazer uma coisa; livre arbítrio; faculdade de praticar tudo aquilo que não é proibido por lei; o uso dos direitos do homem livre”.

Nesse momento, um olhar atento, havia chegado em uma outra palavra, uma palavrinha atrelada à liberdade: "livre". O homem livre...

E o homem está preso? Nós estamos presos?

Pausa de um minuto para reflexão...

E foi pensando nessa pergunta que vieram um turbilhão de coisas à minha cabeça, um turbilhão de coisas que faz o homem ser preso, um monte de coisas que tira a liberdade, tira o direito de ser livre. Para citar um exemplo simples, vamos pensar em cultura, em acesso à informação, em meios de comunicação, em internet. Será que temos liberdade em tudo isso? Será que somos livres para falar o que quisermos, para acessar o que quisermos? Será que TODOS têm direito, têm livre acesso?

Não precisa pensar muito para perceber que a resposta é: não! Para não prolongar muito e perder o fio da meada, vamos começar nossa análise pela internet! Parece que foi ontem que ela foi criada, mas já faz décadas que a internet existe. O problema é que nem todos têm acesso a ela, nem todos podem pagar os programas operacionais da rede mundial. Vamos a um exemplo simples: você conhece alguém que compra o programa original do Windows? Quem usa o pacote Microsoft Office original? Tirando os casos em que os computadores saem da loja com o software do fabricante, você dificilmente conhece alguém que usa tudo original. A maioria faz cópias de CD'S piratas. Mas existem os softwares livres, que dispensam pagamento, que estão livres na rede para qualquer um pegar, mas que ainda não são tão populares quando os "originais" de Bill Gates.

Na conversa que tivemos com Philipe Ribeiro e Uiraporã Maia, em um debate sobre Cultura Livre, eles nos falaram sobre o surgimento desses softwares livres, disponíveis para todos. São "produtos" criados não apenas para beneficiar uma pessoa, mas para uma rede, onde cada um contribui com o que sabe, cada um sede um pouco do conhecimento.

E a cultura? Bom, muitos artistas disponibilizam seus trabalhos na internet para que qualquer um utilize. Exemplo é o cartunista Carlos Latuff, que expõem suas criações, deixando-as acessíveis e, claro, não perder nada por isso. No caso dele, não se trata de uma divulgação direta, mas do compartilhamento do trabalho, da oportunidade de ver os desenhos dele estampados em publicações internacionais.Outro exemplo citado durante nosso encontro foi a Rádio Muda, uma rádio comunitária de Campinas-SP, que funciona dentro da Universidade e tem alcance na região do campus e proximidades. Lá o objetivo não é vender, mas informar, trocar, distribuir e possibilitar que todos tenham liberdade de passar e de ter acesso à informação, de ser livres.

Por Pamela Lemos

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Amar se aprende amando

“O amor que move o sol,
Como as estrelas
O verso de Dante
É uma verdade resplandecente,
E curvo-me ante a sua magnitude,
Ouso insinuar,
Sem pretensão a contribuir
Para que se desvende o mistério amoroso:
Amar se aprende amando.
Sem omitir o real cotidiano,
Também matéria de poesia.”


Carlos Drummond de Andrade


Basta parar alguns minutos; ver com mais sensibilidade o brilho dos olhos; sentir o coração bater forte; ouvir a voz, que passa determinação; saborear histórias doces e, ao mesmo tempo, amargas; cheirar o aroma predominante no ar, aroma de flores, de alegria, de vida. Com os sentidos a flor da pele, algumas vezes fica até difícil imaginar a vida sem sentidos. E na sua vida, qual é o sentido? Seria algum dos cinco sentidos, ou você teria um outro sentido para viver? Mas, e se você nascesse sem os sentidos? Se nascesse sem... ou melhor, com alguma deficiência? Como seria sua vida? Seria sem sentido? Ou você daria algum sentido?
Pergunta difícil? Talvez sim, mas é importante que, antes de tudo, você sinta, ou imagine, como seria sua vida se você fosse deficiente. Na realidade, esta não seria a pergunta correta, já que todos nós sofremos com algum tipo de deficiência, mas, neste caso, considere as deficiências físicas e mentais.
Ainda pensando nesse assunto, pense em quem te apoiaria caso você fosse deficiente? Pensou? Pois é, não raro você deve ter imaginado seus pais, ou, mais precisamente, sua mãe. Mãe, amor incondicional. E foi justamente esse amor que senti quando conheci uma mulher, para mim uma guerreira, chamada Keila Leite Chaves.
Keila é mãe de uma criança deficiente, e foi a partir das dificuldades sofridas com a criação do filho, que não era aceito em nenhuma escola, que ela percebeu as dificuldades vividas por outras mães. Angustiadas e, ao mesmo tempo, determinadas, elas decidiram fundar, em 2003, o CAMPE - Centro de Apoio à Mãe do Portador de Eficiência. As mães preferiram diz eficientes sim, deficientes, não. E foi com aquele amor poético, de um “amar se aprende amando”, que elas iniciaram uma longa caminhada em defesa dos portadores de deficiência.
Em 2004, a ONG começou a funcionar em uma casa alugada pelas mães, que aproveitaram o local para ficar com as crianças, brincar, educar e conversar sobre como resolver as dificuldades com o aceso à educação. No ano de 2005, depois de muito esforço, as mulheres garantiram vagas para 20 crianças e adolescentes.
“O que muita gente não sabe é que a criança deficiente tem direito à escola como qualquer outra criança, a declaração Salamanca está aí”, diz Keila, referindo-se à lei que fala sobre o direito do deficiente estudar. E assim, contando também com o apoio do Ministério Público, da Comissão de Defesa do Direito à Educação e da imprensa, foi possível assegurar o direito à educação.
“Quem dá vida às leis é a militância, os movimentos sociais”, afirmou Keila. E com essa frase, ela chamou ainda mais atenção de todos os alunos. Ela se descobriu militante e percebeu que para ter um direito cumprido, as pessoas precisam se unir, se movimentar, e assegurar seus objetivos. Foi assim, com a luta pelos direitos garantida, que os deficientes passaram a ter direito à escola, a participar e interagir com a sociedade, a mostrar o rosto e a ser lembrados não pela deficiência, mas pela transformação da realidade com a conquista de um espaço. E, com certeza, tudo isso foi possível com um primeiro ato: amar, ação que passou a mover a vida dessas mulheres e assegurou às crianças o direito de amar, direito que elas aprenderam amando a vida.
Por Pamela Lemos

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Opa, que negócio é esse!?

Darlano Dídimo

Apesar de fazer parte da comunicação social, nunca me senti um comunicólogo completo, mas sim um jornalista. A Publicidade & Propaganda jamais havia me atraído, em todos os sentidos. Um das primeiras oportunidades de contato foi agora com a Opa, Oficina de Publicidade Alternativa, ofertada pelos alunos do curso “encubidos” de realizá-la como nota para a disciplina de “Comunicação Comparada”. Uma experiência interessante que pode ter me ajudado a rever alguns preconceitos que tinha em relação ao tema.

No início, fomos pedidos a conceituar as palavras “publicidade” e “propaganda”. Não fui o único que não tinha noção alguma sobre a diferença entre os dois termos. Depois que os “professores’ Danielle, Diego, Giórgia e Hercília nos explicaram, as dúvidas continuaram, o que não causou estranheza nenhuma, afinal estamos nas ciências humanas, onde nenhum conceito é padrão. Uma comparação inevitável entre jornalismo e publicidade que não pude deixar de notar foi a das perguntas que um lead e uma peça publicitária devem responder. São os mesmo “o que?”, “por que?” e “como?”, com a inclusão de “pra quem?” e de “qual o canal de comunicação?”.

Ao longo dos dois dias de oficina, fomos apresentados a diversos trabalhos no ramo realizados para a comunicação alternativa e foi aí que notei que a publicidade pode não ser tanto um luxo quanto pensava e que sua eficiência existe sim, que, aliás, é mais subjetiva do que imaginava. O jornalismo pode sim ter uma maior eficiência no sentido comunitário, mas para alçar vôos mais altos, a outra habilitação tem também que se fazer presente. Tanto que instituições de caridade, ONGS e outras entidades ligadas a um caráter contestatório que são conhecidas nacional ou mundialmente possui, se não um mega, um mínimo de investimento em publicidade para promover o seu trabalho, para falar pra todos “que eles existem”. Talvez a publicidade não seja tão comercial como eu pensava.

Opa! Aqui também tem publicidade.

Camila Grangeiro


Os dois últimos encontros da turma da disciplina de Cobertura da Agenda Social foram marcados por uma discussão que, dessa vez, abordou mais a fundo a questão da publicidade e propaganda.

A Oficina de Publicidade Alternativa (Opa) foi ministrada por alunos do curso de publicidade da UFC, e levou aos alunos da disciplina um olhar mais atento e analítico das propagandas que são veiculadas no mundo inteiro. Os alunos discutiram a diferença entre propaganda e publicidade, realizaram dinâmicas envolvendo marcas conhecidas no mercado e fizeram uma verdadeira leitura crítica da mídia publicitária.

Mas porque é tão importante essa análise? Muitas foram as conclusões para essa questão, opiniões de vários tipos surgiram, mas o que marcou foi a necessidade que todos sentiram de não comprar uma idéia se ela não for realmente boa, comprar no sentido de aceitar e compartilhar dela.

Se uma empresa tenta passar uma imagem que não é dela, ou tenta mostrar o que tem de melhor, tudo isso só vai ser possível se sua propaganda for bem elaborada. O que precisamos refletir é que a profissão também tem lados bons, e muito bons, diga-se de passagem. A oficina pôde mostrar um lado nem sempre conhecido da publicidade, o lado ético, sem enganação ou máscaras, mais humano...um lado alternativo.