quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Livre? Por quê?

Todos sempre falam em liberdade com tanta propriedade. Confesso que desde pequenininha ouço esse palavrão e, acredito que, assim como os outros, também desejei sempre ter essa tal liberdade.

Mas, afinal, o quê é liberdade?

Fui atrás do "pai-dos-burros", nosso querido dicionário. E lá estava a tal palavra: “LIBERDADE, s.f. Condição de uma pessoa poder dispor de si; faculdade de fazer ou deixar de fazer uma coisa; livre arbítrio; faculdade de praticar tudo aquilo que não é proibido por lei; o uso dos direitos do homem livre”.

Nesse momento, um olhar atento, havia chegado em uma outra palavra, uma palavrinha atrelada à liberdade: "livre". O homem livre...

E o homem está preso? Nós estamos presos?

Pausa de um minuto para reflexão...

E foi pensando nessa pergunta que vieram um turbilhão de coisas à minha cabeça, um turbilhão de coisas que faz o homem ser preso, um monte de coisas que tira a liberdade, tira o direito de ser livre. Para citar um exemplo simples, vamos pensar em cultura, em acesso à informação, em meios de comunicação, em internet. Será que temos liberdade em tudo isso? Será que somos livres para falar o que quisermos, para acessar o que quisermos? Será que TODOS têm direito, têm livre acesso?

Não precisa pensar muito para perceber que a resposta é: não! Para não prolongar muito e perder o fio da meada, vamos começar nossa análise pela internet! Parece que foi ontem que ela foi criada, mas já faz décadas que a internet existe. O problema é que nem todos têm acesso a ela, nem todos podem pagar os programas operacionais da rede mundial. Vamos a um exemplo simples: você conhece alguém que compra o programa original do Windows? Quem usa o pacote Microsoft Office original? Tirando os casos em que os computadores saem da loja com o software do fabricante, você dificilmente conhece alguém que usa tudo original. A maioria faz cópias de CD'S piratas. Mas existem os softwares livres, que dispensam pagamento, que estão livres na rede para qualquer um pegar, mas que ainda não são tão populares quando os "originais" de Bill Gates.

Na conversa que tivemos com Philipe Ribeiro e Uiraporã Maia, em um debate sobre Cultura Livre, eles nos falaram sobre o surgimento desses softwares livres, disponíveis para todos. São "produtos" criados não apenas para beneficiar uma pessoa, mas para uma rede, onde cada um contribui com o que sabe, cada um sede um pouco do conhecimento.

E a cultura? Bom, muitos artistas disponibilizam seus trabalhos na internet para que qualquer um utilize. Exemplo é o cartunista Carlos Latuff, que expõem suas criações, deixando-as acessíveis e, claro, não perder nada por isso. No caso dele, não se trata de uma divulgação direta, mas do compartilhamento do trabalho, da oportunidade de ver os desenhos dele estampados em publicações internacionais.Outro exemplo citado durante nosso encontro foi a Rádio Muda, uma rádio comunitária de Campinas-SP, que funciona dentro da Universidade e tem alcance na região do campus e proximidades. Lá o objetivo não é vender, mas informar, trocar, distribuir e possibilitar que todos tenham liberdade de passar e de ter acesso à informação, de ser livres.

Por Pamela Lemos

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