quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quanto vale uma notícia?


Por Lívia Nunes

Dentre as principais indagações que os estudantes de jornalismo fazem sobre o futuro profissional estão: Onde eu estarei empregado? e Qual tipo de jornalismo estarei praticando? Estas indagações, embora pareçam distantes, estão intrinsecamente associadas. A instituição e o tipo de mídia na qual o jornalista trabalha representa muito sobre o tipo jornalista que ele optou ser.

Se o jornalista escolhe fazer um jornalismo baseado em sensacionalismo, mentiras, calúnias e injúrias, ela está indo contra o código de ética do jornalismo, que de acordo com o Capitulo II, Art. 4°, informa: “O compromisso principal do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”. Entretanto, a fim de lucrar e ganhar da concorrência, alguns jornalistas nem sempre se pautam na ética para fazer um bom trabalho.

Um exemplo clássico é o sensacionalismo em torno de crimes que causam grande comoção. Aproveitando-se da curiosidade e da emoção geral, os jornalistas exploram até a exaustão o assunto, para logo após, ser trocado por outro que gere mais repercussão. Fazendo jus a esse exemplo, temos o caso da “Menina Isabella” – como assim a chamavam. Durante quase dois meses, só se ouviu, leu e viu sobre o crime do qual uma criança de cinco anos foi arremessada do sétimo andar.

No decorrer da investigação, a mídia, involuntária ou voluntariamente, sem tomar o devido cuidado com a apuração dos fatos, induziu as pessoas a acreditarem que inocentes eram culpados. E quando já não existia mais nada para ser noticiado, prenderam a atenção do público com a falsa idéia de que os assassinos seriam descobertos em breve. E agora, alguém sabe como estão os familiares de Isabella? Ou quando vai ser o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá?

E ai? Que tipo de jornalista você pretende ser???

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