Luís Gustavo de Negreiros Secundino
O encontro da última aula, que contou com a participação da jornalista Ana Márcia Diógenes, responsável pela comunicação da Unicef em 3 estados, foi importante por apresentar a gama de assuntos que abrangem a problemática da cobertura jornalística, no tocante à criança e ao adolescente. No entanto, o que mais me chamou atenção foge um pouco das redações e se encaixa perfeitamente no momento atual em que vivemos: as disputas eleitorais para prefeito e vereadores nos municípios brasileiros. Como será essa temática vem sendo trabalhada nas Eleições 2008?
A jornalista Ana Márcia fez questão de salientar que o Selo Unicef é o principal projeto da instituição no semi-árido. Segundo ela, 60% dos recursos são aplicados nessa empreitada, que premia com um simbólico selo os municípios que avançaram com relação às políticas públicas voltadas às crianças e aos adolescentes. Não há como duvidar do peso de um projeto como esse. Um investimento a longo prazo, que pode estar levando um avanço social às regiões mais carentes do Nordeste.
Porém, é importante um olhar crítico, quando se vê um selo com os dizeres "município aprovado". Ninguém é inocente de enxergar a premiação do Unicef como filantropia ou boa vontade do Prefeito. É óbvio que há um forte viés eleitoral. Imagino que todos os que tentam a reeleição em seus municípios querem essa marca simbólica de gestão, que funciona quase como um ISO.
O Unicef sabe disso. Fiquei feliz quando a jornalista Ana Márcia fez questão de dizer que a instituição está atenta a esse tipo de utilização do projeto. Tanto, que a lista dos municípios aprovados esse ano só poderá ser acessada após o período eleitoral, impedindo que os resultados sejam utilizados nas mais diversas campanhas.