terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por um lugar ao sol

Por Viana Júnior

Assim como os pais orgulhosos penduram no alto as conquistas dos queridos filhos, também a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) orgulha-se dos largos passos dos seus. A lembrança de todos os que por ali passaram e conquistaram um espaço no mercado de trabalho por seu esforço está estampada no rosto da vice-presidente da instituição em Fortaleza, Maria Lúcia Barbosa. Ela se emociona ao falar das conquistas em prol dos direitos das pessoas com deficiência em meados de 80.

Naquela época, a Apae ainda não tinha sede, funcionava em uma casa alugada. Apesar da estrutura ainda pequena a instituição já oferecia aos pais de crianças com deficiência algumas respostas educacionais, psicológicas e sociais para o acompanhamento dos seus filhos. Com muito esforço e a contribuição de cada fortalezense, uma sede maior e mais preparada para atender aos alunos foi construída.

Há 30 anos como voluntária da Apae, Maria Lúcia conta emocionada a história de alguns dos mais de 170 aprendizes, preparados na instituição, e que agora exercem as mais diversas funções nos Correios, no MC Donalds e na Pague Menos. Através de oficinas, como de informática, de corte e costura e de carpintaria, eles são preparados e treinados para ocuparem postos de trabalho, como qualquer outra pessoa que não apresenta alguma deficiência. Até chegar a essa quantidade de pessoas com necessidades educativas especiais (síndrome de down e deficiência mental leve) que saíram da Apae para o mercado de trabalho, a luta foi longa e árdua, mas ainda não terminou.

Além do atendimento aos alunos há também um atendimento aos pais. Afinal, eles precisam ser os primeiros a acreditar no potencial dos próprios filhos. Só assim as pessoas com qualquer tipo de deficiência podem ser respeitadas e ocupar espaços na sociedade onde realizem suas competências e habilidades.

A APAE Fortaleza atende atualmente a mais de 400 alunos e possui 100 profissionais entre assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e professores, uma parcela de voluntários e outros contratados pela instituição. Todos com alguma especialização na área pedagógica voltada para pessoas com deficiências.

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