quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mídia amplia cobertura sobre crianças e adolescentes

Por Viana Júnior

Sabemos que toda lei que proporciona uma revolução cultural produz avanços lentos, pois há necessidade de adaptação, aceitação e muita propagação. Com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completou 18 anos, não seria diferente.

A jornalista Tarciana Campos, que trabalha na ONG Catavento, afirma que houve um avanço significativo na cobertura da temática sobre a infância e a adolescência pela mídia. Antes, as crianças e adolescentes não tinham voz nos jornais e nas televisões. Eles eram o assunto da reportagem, mas não eram escutados. O jornal Diário do Nordeste, por exemplo, fez uma matéria que mostrava as opiniões dos adolescentes sobre o estatuto.

Apesar dessas conquistas, alguns problemas persistem. As reportagens continuam sendo factuais, ou seja, não aprofundam o assunto retratado e estão ligadas a eventos, como o aniversário do Estatuto. Entre os temas predominantes temos a violência e a educação. A primeira sempre levando os jornalistas a erros graves que desrespeitam o ECA. E a segunda mostrando as deficiências do setor, sem levantar debates novos quanto ao tipo de educação que essas crianças e adolescentes recebem.

O número de matérias com a temática infância e adolescência tem aumentado. As discussões sobre os direitos deles também. Mas a sociedade ainda precisa saber sobre suas responsabilidades dentro do Estatuto. Para isso, é necessário utilizar mais e melhor os meios de comunicação como forma de propagação dos direitos e deveres instituídos no ECA. Tarciana reconhece que a mídia já está mais interessada no assunto, no entanto, não há fontes preparadas para lidar com a imprensa. Esse é um Mpíbom sinal do avanço alcançado pelos movimentos sociais que lutam pelos direitos das crianças e dos adolescentes.

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