quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Educação para a transparência

O último convidado do ciclo de palestras da disciplina Cobertura da Agenda Social foi o Prof. Alberto Teixeira, Economista graduado pela Universidade Federal do Ceará, um dos fundadores da EFG (Escola de Formação de Governantes) e um ativista árduo da transparência política.

Foi justamente pela EFG que ele começou seu discurso, uma Escola, e ele fez questão de frisar que não se trata de mais uma Faculdade, mas de uma Escola mesmo, cujo objetivo seria formar governantes para o País. Uma escola que escolhe seus “alunos” não pelo currículo escolar, mas pela atividade social e política que exerce ou deseja exercer. Ainda segundo o professor, essa estratégia é uma maneira de incluir pessoas que de outro modo não teriam acesso a uma formação e colocá-las em contato com outras, que se julgam já formadas em algum campo educacional.

A justificativa para a manutenção da escola é o Analfabetismo político dos governantes brasileiros que, na opinião do Professor, é o responsável por boa parte dos problemas sociais no Brasil.

Um desses problemas é a percepção do coletivo. Existe uma confusão entre o público com o estatal, tanto os governantes quanto a população de modo geral compreende a coisa pública como sendo uma coisa do governo quando, na verdade, é de todos. Outro problema do setor público é a partilha, onde todos deveriam pensar no objetivo coletivo, cada um pensa, e age, de acordo com interesses individuais.

Teixeira acredita que a solução está na capacitação técnica-política das pessoas, na formação ética, sempre procurando a generalização em vez da especialização, desenvolvendo a visão sistêmica, a educação integral do povo, a democracia participativa.

Para o professor, essa percepção deturpada do interesse coletivo é a causadora também do problema da transparência, ou da ausência de transparência, melhor dizendo, que atinge não só o setor público, mas também as ONGs. Estas últimas ainda estariam ainda menos distantes de resolver o problema do que o próprio setor público, uma vez que são menos estáveis.

É necessário conscientizar as pessoas envolvidas com os interesses coletivos que faz parte da sua obrigação a prestação de contas e a divulgação dos resultados ao conhecimento público. É necessário mudar a visão atual da sociedade, que se encabula em perguntar, e dos governantes, que se ofendem em ter que responder sobre a transparência administrativa dos recursos sociais e/ou coletivos.

Os governos não levam a transparência a sério, mas a sociedade também não.

Links úteis: http://www.efg.org.br/

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