sábado, 22 de novembro de 2008

Cultura Livre

Por Gabriela Meneses


Na nossa Agenda Social do dia 6 de novembro de 2008, tivemos um papo descontraído com Philipe Ribeiro e Uira Porã Maia sobre Cultura Livre. Philipe tem formação na área ambiental e participação em movimentos sociais. Já Uiraporã presta serviços ao Ministério da Cultura, no projeto Pontos de Cultura, responsável por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades, através dea distribuição de equipamentos multimídias. Os dois defendem o acesso irrestrito ao conhecimento, através do movimento Cultura Livre.


Atualmente, segundo Philipe Ribeiro, a cultura livre vem ganhando espaço nos movimentos sociais. Ele explica que, por conta da falta de representatividade dos movimentos na “mídia gorda”, eles começaram a desenvolver maneiras próprias de comunicação. São jornais comunitários, rádios comunitárias, tv’s comunitárias e muitos outros tipos de mídia que compartilham a informação com o público alvo do movimento, sem precisar passar pelo crivo da grande mídia.


Para os adeptos dessa causa, a comunicação e a cultura são direitos de todo ser humano e não deve haver restrições na sua difusão. No entanto, a realidade não é essa. As rádios comunitárias, por exemplo, são consideradas piratas, fora da lei, sendo, por vezes, impedidas de funcionar, mesmo que estejam contribuindo para a formação de cidadãos de uma comunidade que não tem acesso devido à educação de qualidade.


Apesar da represália, o movimento da cultura livre atinge também outras áreas do conhecimento, como é o caso da informática. Uira Porã contou que, ainda na década de 80, um programador nos Estados Unidos criou softwares livres. Dessa forma, os programas de computador, antes monopolizados por empresas, puderam ser distribuídos gratuitamente. A idéia era fazer com que os programadores pudessem trocar experiências e adquirir conhecimento uns com os outros, produzindo, assim, a chamada “inteligência coletiva”.


Philipe e Uira Porã apresentaram ainda os trabalhos do cartunista Carlos Latuff, conhecido internacionalmente pelos desenhos criativos e por disponibilizar suas obras gratuitamente. Segundo Lattuf, ele não é o dono da obra, é apenas o autor. O cartunista é declaradamente adepto do movimento cultura livre. Para ele, a questão é inovar a forma de difundir o que se produz, sem controlar a informação.


Assim cresce o movimento Cultura Livre, seja na comunicação, na informática, na cultura. São desafios, planos, sonhos, desejo de compartilhar, de crescer junto. Tudo isso na busca de um mundo melhor, mais justo, mais humano.

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