quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Tarciana, Catavento e a pesquisa da Rede ANDI

Darlano Dídimo


Na terceira conversa que tivemos na disciplina, contamos com a participação da jornalista Tarciana Campos, que trabalha na coordenação de projetos na ONG Catavento. A Catavento nasceu de uma idéia de um grupo de alunos de Comunicação Social e de Direito da UFC de montar um programa na Rádio Universitária. O tema era meio-ambiente. Seguidas articulações para o programa foram sendo conseguidas, até que se resolveu montar uma Organização Não-Governamental em 1995.
A abordagem da instituição foi mudando naturalmente com o tempo, até que passou a se chamar “Catavento – Comunicação e Educação”. Hoje, ela atua na produção de projetos para crianças e adolescentes. Entre eles estão: “Comunicando Saberes e Realizando Sonhos: o Rádio no Fortalecimento das Competências Familiares e Municipais”; “Agência Catavento Rede ANDI Brasil - Comunicadores pelos Direitos da Infância”; “Segura essa Onda: Rádio-Escola na Gestão Sócio-Cultural da Aprendizagem”; e o “Projeto Dom Hélder Câmara”.
A Rede ANDI, que tem como função monitorar a cobertura da mídia no que remete a criança e o adolescente, começou a ser formada em 2000 e a Catavento passou a fazer parte dela quatro anos depois. Segundo uma pesquisa da Rede divulgada por Tarciana, o tema criança e adolescente está crescendo nos jornais impressos do Ceará, porém não de maneira adequada. Dentre os mais relacionados estão educação e violência. De acordo com a jornalista, essa última temática costuma levantar questionamentos recorrentes e inadequados em algumas matérias específicas. Ela afirmou que quando acontece um crime cometido por um “menor”, a imprensa, na maioria das vezes, sempre abre debates sobre a diminuição da maioridade.
Retornando a pesquisa da ANDI, ela constatou que atualmente há um maior equilíbrio entre as fontes governamentais e não-governamentais, o que é visto de maneira positiva. Mas verificou também que a cobertura ainda é muito factual e que praticamente ignora alguns assuntos como migrações e deficiência.
O exemplo mais recente que pôde ser citado foi a cobertura dos jornais no aniversário de 18 anos do ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente. O Jornal “O Povo” foi o que melhor abordou a comemoração, segundo a avaliação de Tarciana. Foi produzido um caderno especial, em que foram publicadas reportagens com temáticas bastante variadas. Já o “Diário do Nordeste”, dedicou duas páginas em que são escutadas várias fontes e traçados panoramas sobre o direitos e deveres do ECA para a sociedade. Por último, o “O Estado”, teve uma cobertura muito baseada pelos releases enviados pela assessoria de imprensa da Catavento. Isso comprova o que foi averiguado pela pesquisa citada, que a cobertura da criança e do adolescente na mídia já apresenta um avanço, mas que tem muito ainda a crescer para que dêem o respeito necessário aos direitos humanos dessa faixa da população.

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