terça-feira, 11 de novembro de 2008

Se educação é para todos, meus filhos também precisam ter...

Tudo começou em solo carioca. Um grupo de pais de crianças com síndrome de down, do tipo mais leve, não sabiam onde colocar os filhos para estudar, já que eles não tinham condições de viver junto com os meninos e meninas com casos mais graves da doença, nem tampouco eram aceitos nas escolas regulares. Da angustia, do desejo de dar direito a educaçao, surgiu a luta por uma causa, que em pouco tempo começou a se espalhar pelo país, dando origem a Apae – Associação de Pais e Amigos de Excepcionais.

Em Fortaleza, a Apae começou em uma pequena casa alugada, tornando-se uma opção, sem custos, para o atendimento especializado de deficientes intelectuais. Hoje, depois de décadas de atuação, a Associação conta com 2000 sedes em todo o Brasil, sendo mais de 22 só no estado do Ceará, onde a sede da Apae funciona, desde 1982, na Av. Rogaciano Leite, em Fortaleza. Para que o prédio fosse construído, os pais e amigos dos excepcionais precisaram fazer várias campanhas, como a ‘Campanha do Tijolo’ e a ‘Feira do Cacareco’, para angariar fundos e assegurar a conclusão das obras.

Quem nos contou esses pequenos detalhes da história da Apae no Ceará foi Maria Luíza Barbosa, atual vice-presidente da Apae Fortaleza. Ela está na Associação desde o início, e no dia 23 de outubro contou aos alunos da disciplina de Cobertura da Agenda Sócial a relação com a instituição. Segundo ela, tudo começou com o amor à educação. O primeiro trabalho com deficientes foi no Instituto dos Cegos do Ceará, de onde ela saiu para ingressar na Apae.

A 2ª secretária da Apae também participou do bate-papo. Tetê Picanço ingressou na instituição há cerca de quatro anos, depois da aposentadoria. Hoje, o tempo livre é dedicado ao trabalho com os 410 alunos da Apae em Fortaleza. A sede da instituição no estado tem mais de 100 profissionais de uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos, terapeutas e professores, que podem ou não ser voluntários, já que a Secretaria de Educação do Estado e do Município cedem os profissionais de educação.

Maria Luíza explicou que os pais que desejam levar os filhos a APAE precisam participar de uma espécie de reunião com a diretoria, a assistente social, a terapeuta e a psicóloga, que analisam se a criança tem condições de ser atendida pela instituição. Depois de ter ingressado na Apae, mais cuidados com a família: “Lá, a mãe recebe a orientação adequada para que o aluno se desenvolva em casa”, destacou a vice-presidente.

Mas como é possível garantir recursos para financiar uma instituição tão grande como a Apae? Segundo a vice-presidente da Apae Fortaleza, o trabalho desenvolvido pela Associação é financiado por doações, como na construção da sede, sendo que agora o telemarketing é um grande aliado. Outra fonte de recursos são os projetos da instituição com as instâncias dos governos municipal, estadual e federal. Maria Luízatambém destacou que o papel da mídia tem sido fundamental para a visibilidade da APAE, que é reconhecida internacionalmente. “Os meios de comunicação têm muito respeito com a gente. Sempre estão nos apoiando e nos divulgando”.

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