sábado, 18 de outubro de 2008

Respeitando as diferenças

Camila Grangeiro


O estigma de coitadinho e aleijado está ficando para trás, pelo menos é o que o Centro de Apoio às Mães de Portadores de Eficiência (Campe), fundado em 2003, vem buscando implantar na sociedade.


Busca por lugares que tenha acessibilidade adequada, respeito à condição humana, escola de qualidade e gratuita são algumas das bandeiras levantadas por essas mães, que apenas querem ver seus filhos crescendo e se engajando na sociedade. O Campe faz um trabalho que busca resgatar a dignidade de pessoas com deficiência e de suas famílias, que muitas vezes, por falta de informação, acabam deixando de lado direitos importantes que devem ser levados a sério.


Escola gratuita, de qualidade e perto de casa é um direito que toda criança e adolescente tem, especialmente aqueles que têm alguma deficiência. Não foi bem assim que aconteceu com Keila Leite Chaves, mãe de uma criança com deficiência e uma das fundadoras do Campe. Keila tentou matricular seu filho em algumas escolas, mas a resposta era sempre a mesma: Nossa escola não está preparada para recebê-lo, quem sabe depois de alguns anos!? Cansada desta resposta, ela começou a lutar pelos direitos do filho, foi aí que descobriu a Declaração de Salamanca, que dá o direito de toda criança com deficiência estudar em seu próprio bairro. A partir daí o trabalho não parou mais, e só no ano de 2005 o Campe colocou 20 deficientes na escola.


Mas, o trabalho do Centro não fica só no campo da educação. Eles querem mais, querem mais respeito, mais cuidado, mais saúde, mais tudo que têm direito. Cabe a nós não ficar de braços cruzados e não esperar que venha a nascer uma pessoa com deficiência na família para começar a se preocupar, olhar ao redor e ver que deficiente é aquele que não vê que o respeito é para todos.

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