sábado, 18 de outubro de 2008

Em busca da Acessibilidade e da Inclusão

Darlano Dídimo


Uma lição de vida. Por mais clichê que essas palavras possam parecer, foi essa a maior conclusão que pudemos tirar da conversa que tivemos com a Dona Keila Chaves. Ela é a responsável pelo Campe, Centro de Apoio às mães de portadores de eficiência, uma organização não-governamental que dá auxilio, como já diz o próprio nome, às chefes de família que possuem filhos com deficiência.

O Campe nasceu de uma idéia, em outubro de 2003, da necessidade de lutar pelos direitos que os deficientes têm, mas que ninguém respeita, e que as próprias mães desconhecem. A Declaração de Salamanca, criada há 14 anos, trata-se de uma resolução das Nações Unidas adotada em Assembléia Geral, a qual apresenta os Procedimentos Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Deficientes. O grande problema, então, é a falta de informação, e não a falta de leis. Ao citar o documento, Keila ressaltou que não são as pessoas com deficiência que tem que passar por mudanças, mas os lugares que elas freqüentam que tem de estar adaptados às suas necessidades, desde shoppings e restaurantes, até escolas e universidades.

O Campe realiza anualmente Seminários abordando um tema específico, como Educação e Saúde. E a partir desses eventos, são fabricados cartas e documentos enviados ao Governo Federal, em que são destacados pontos de mudanças que devem acontecer no plano legislativo. Mas o maior propósito deles é disseminar a informação, algo que é de responsabilidade dos meios de comunicação. Apesar de destacar parcerias eficientes com o rádio e com o veículo impresso, Keila ainda lamenta a linguagem televisiva com as pessoas deficientes.

Como é de costume, os alvos das críticas foram os massacrados programas policiais, e não há o que argumentar. Cheios de seus sensacionalismos e sua busca incessante por audiência e por voto nas eleições, eles tratam os deficientes como meros “coitadinhos”, que não tem produtividade alguma. É mais um ponto negativo relevante nesses programas, que não sabemos porque são tão populares.

De qualquer maneira, mesmo cotando com o trabalho contrário da televisão local, as mães continuam sua luta a favor de uma melhor condição de vida para seus filhos, que, num futuro bem próximo, esperamos, possam conviver conosco sem preconceito, sem obstáculo, para que possam retribuir à elas essa ajuda que não tem preço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Repense o termo auxílio, na nossa sociedade, ele está ligado a noção de esmola, também coloca a instituição em uma condição de superioridade às mães. Acho que não é esta a intenção do Campe.