sábado, 18 de outubro de 2008

Vermelho é a cor da luta

Joyce Ramos, integrante da coordenação do MST, o Movimento Sem Terra, esteve presente na UFC para conversar com a turma da Comunicação. Ela fazia parte da Pastoral da Juventude de Baturité, era de uma comunidade rural e sempre se identificou com o movimento. Dessa forma, entrou aos quinze anos no MST, do qual faz parte há onze anos. Atualmente, Joyce trabalha no setor de comunicação do movimento, que tem parceria com a Liga de Comunicação – Projeto de Extensão da UFC. “Contribuo com a participação da juventude na vida rural”, afirma ela.
O Movimento Sem Terra surgiu há 25 anos, ao final da Ditadura Militar, período em que houve a substituição do homem pela máquina, o êxodo rural e, conseqüentemente, o aumento do desemprego. No ano de 1979 aconteceu a primeira ocupação no Rio Grande do Sul – local onde havia maior concentração de famílias. Essa ocupação foi coordenada pela Comissão Pastoral da Terra.
Hoje, a base do MST é a base sem terra, que é composta por pequenos proprietários, assalariados, posseiros, meeiros, arrendatários, etc. “Toda e qualquer pessoa pode fazer parte do MST, independente do partido, religião, etc”, afirmou Joyce. As pessoas que fazem parte do movimento lutam pela efetivação da Reforma Agrária que, segundo ela, está sendo praticamente extinta, por ser algo que não interessa à sociedade.
“Não vale a pena só distribuir a terra. Tem que dar condições para os trabalhadores, PIS a saída para acabar com as calamidades está na Reforma Agrária”, disse Joyce. Ela justifica dizendo que essa atitude melhoraria o comércio e a alimentação das pessoas.
O MST procura mostrar que há alternativa para esse sistema. As pessoas que fazem parte dele não lutam só por terra e reforma, mas por uma mudança social. Essa comunidade apóia políticos com consciência de classe, pois quem está nas suas instâncias não pode se candidatar. Atualmente, existem 180 assentamentos federais (que são ligados ao INCRA, no CE) e cerca de 10 a 12 mil famílias fazem parte do movimento.
O que chama a atenção nessa luta é a paixão pelos ideais por parte daqueles que fazem parte do MST, como pudemos constatar na conversa com Joyce Ramos. Durante toda a conversa, ela defendeu veementemente seu ponto de vista, aquilo que ela acreditava. Sem dúvida, um exemplo para aqueles que querem mudança e apenas esperam, sem nada fazer.

Nenhum comentário: