terça-feira, 14 de outubro de 2008

A busca da Eficiência


Aline Paiva

O que poderia ser uma situação comum, enfrentada por muitas pessoas que dependem das escolas públicas para matricular seus filhos, a falta de vagas nas salas de aula, não foi suficiente para que Keila Chaves deixasse seu filho sem estudar. A luta pelos direitos dele, uma criança com deficiência, ganhou projeção, se espalhou pelo bairro Jockey Clube, ultrapassou esse limite e deu origem ao CAMPE – Centro de Apoio as Mães de Pessoas com Eficiência.
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Hoje, o CAMPE está na linha de frente dos movimentos estaduais que tratam dos direitos das pessoas com deficiência e chega a ser indicado para quem procura o Conselho Tutelar Municipal em busca de ajuda. Através de parcerias com o próprio conselho, com o CEDECA, com a Catavento e outros organismos do terceiro setor, muito já foi conquistado, mas ainda há muito a ser feito. A imprensa cearense, por exemplo, já se mostra sensível a causa e com freqüência consulta o CAMPE como fonte jornalística, embora alguns outros veículos ainda tratem essas pessoas como “coitadinhos” ou como “ociosos”.

Sem a intenção de realizar um trabalho assistencialista, mas de conscientização, Keila revelou que a maior dificuldade da militância é fazer com que as leis no nosso país não virem letra morta. E isso só é possível com um forte trabalho de informar bem as pessoas. É muito comum que a sociedade não conheça as leis onde seus direitos estão assegurados e passe a explorar a deficiência de um familiar para ter algum sustento, o que deve ser causa de um tipo de violência silenciosa. Daí esse trabalho tão importante, de envolver as famílias nas conquistas e garantir um tratamento respeitoso e inclusivo, que enxerga não apenas a deficiência, mas a eficiência de cada um.

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