sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Utopia? Que nada!

Tudo começou em Baturité, município cearense a 93 km de Fortaleza, quando Joyce Ramos participava da Pastoral da Juventude e começou a ter os primeiros contatos com os ideais do Movimento Sem Terra, MST. Já são 15 anos engajada na luta social e política, o que a fez, hoje, integrante da Diretoria Estadual (CE) do MST, no setor de Comunicação. E é nessa função que Joyce contribui para o “coletivo de jovens”, ou seja, a participação deles na luta social.

Esse é o retrato de apenas uma das milhares de pessoas ligadas, direta ou indiretamente, às ações do movimento no Brasil. Afinal, o MST já tem 25 anos de intervenção nas questões governamentais que incomodam a população rural.

Tudo começou como um movimento de trabalhadores do campo por melhorias de vida, nos anos 60/70, devido à modernização das técnicas agrícolas, principalmente no eixo sul-sudeste, e a expulsão daqueles que sobreviviam da terra. Assim, houve um crescimento populacional nas cidades. E, evidentemente, a adaptação com a agricultura dificultou a inserção dessas pessoas em atividades urbanas. Conseqüência: desemprego.

Foi aí que começou os movimentos de luta pela terra, que, inicialmente, eram locais, mas, logo depois, agregaram trabalhadores insatisfeitos de outras regiões. Como base social, o MST recebe qualquer pessoa que esteja interessada no seu projeto, mas o público, em maioria, é de agricultores. Como ressalta Joyce: “sem contar, é claro, com a classe dominante”.

Um dos objetivos do movimento é a realização de uma ampla reforma agrária. Não somente distribuir as terras, mas também gerar condições para os trabalhadores viverem no campo. Segundo Joyce, as políticas adotadas pelos governos são de “consolação”. Dessa forma, cede-se algumas garantias aos trabalhadores, sem romper relações com o empresariado. Mas ela acrescenta: “Dizem que o capitalismo é um sistema que não se altera. Mas há sim uma alternativa, como já ocorreu em outras épocas com outros países".
Edgel Joseph

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