segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mídia, criança e adolescente: por um debate mais amplo

Falar da cobertura da mídia sobre a temática “crianças e adolescentes” virou comum no meio acadêmico. Durante todo o meu curso de jornalismo, foram inúmeras palestras, seminários, fóruns etc. E o debate sempre girando em torno das mesmas questões: número de matérias, termos utilizados, exposição de crianças e adolescentes em “situação de vulnerabilidade”. Embora considerando todas essas discussões válidas, acredito que há um certo maniqueísmo dos movimentos sociais em torno do assunto, onde eles representam o bem e a mídia sempre representa o mal.
Apesar disso, o debate com a jornalista Tarciana Campos, da ONG Catavento, na aula do dia 11/9, foi bastante proveitoso. Tarciana levou exemplos de sua experiência profissional ao lidar com essas questões, o que nos ajudou a compreender os desafios enfrentados por um jornalista que trabalha no terceiro setor.
Segundo ela, a mídia está mais sensível às questões relacionadas a “crianças e adolescentes”, tomando, muitas vezes, a iniciativa de pautar matérias sobre o assunto. Isso desmistifica alguns discursos que afirmam que a mídia não dá espaço para as representações sociais.
Além disso, Tarciana afirmou que essa maior sensibilização dos jornalistas deve-se, principalmente, ao trabalho de conscientização desses profissionais, realizado por entidades como Unicef, Catavento e Cedeca.
Outro ponto relevante levantado pela jornalista foi o porquê de alguns temas quase nunca serem pautados nos grandes jornais, é o caso de deficiência e migração. De acordo com ela, isso é resultado da fragilidade das ações do governo em relação a essas temáticas, além de falta de mobilização social e desatenção da mídia.
Tarciana é formada em Comunicação Social pela UFC e trabalha na ONG Catavento desde o período estudantil. A ONG Catavento foi criada em 1995 e atua na área de comunicação e educação como estratégia para o desenvolvimento humano, tendo como público-alvo crianças, adolescentes e jovens do semi-árido brasileiro.

Lidiane Pereira

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