terça-feira, 9 de setembro de 2008

ONG, Encine, Megafone!

Por Gabriela Meneses

1988. O Brasil inicia um novo momento no cenário político e social do país: a promulgação da Constituição Federal de 1988, a sétima a reger o país desde a sua independência. A nova constituição proporcionou ao cidadão comum a possibilidade de ser protagonista na sociedade, uma vez que a situação de bem-estar social deixou de ser dever apenas do Estado.


A partir disso, a sociedade civil, ao se organizar com objetivos específicos, incentivou o avanço dos movimentos sociais, surgidos na década de 70. Durante os anos 90, as instituições sociais começaram a desenvolver um processo de profissionalismo, adquirindo características de empresa, empreendendo grandes projetos, visando ao bem-estar de determinados grupos sociais.


Assim, várias Organizações Não Governamentais com objetivos sociais diversos aparecem no cenário brasileiro. Em Fortaleza, no final da década de 90, surge a Encine, coordenada pelo comunicador Ives Albuquerque, com a idéia inicial de realizar cursos de audiovisual para crianças e adolescentes de escolas públicas. Hoje, a ONG se declara uma agência de difusão e promoção dos Direitos Humanos do público infanto-juvenil.


O trabalho da Encine baseia-se em três grandes eixos: a educação, a comunicação e a mobilização social. Megafone! é o projeto que aproxima os três princípios de ação da instituição. A iniciativa surgiu para democratizar o acesso de estudantes de escola pública aos meios de comunicação. A Encine, através de oficinas com os adolescentes, forma os ARCOS (Arte comunicadores sociais) que depois podem trabalhar no programa Megafone!. O programa é veiculado na TV Ceará, nas tarde de domingo, e pauta temas de relevância social, escolhidos pelos próprios adolescentes ou por outras instituições de movimento social.


O programa, que vai ao ar desde agosto de 2002, tem potencial para atingir boa parte dos jovens e adolescentes cearenses na conscientização do seu papel social. Megafone! traz a cada edição uma nova maneira de fazer ler o mundo. O programa é a prova de que a mobilização social pode dar certo e que o universo das ONG’s, com trabalho sério e iniciativas criativas, só tende a crescer no país.

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